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segunda-feira, 16 de julho de 2018

A editora que eu quero



VocĂȘ colocou o ponto final, finalmente.

Respirou fundo e sentiu seu peito inflado de alegria. Passou para leitores-beta, corrigiu, revisou. O seu original estĂĄ prontinho para melhorar o dia de um editor. Chegou a hora de vocĂȘ tomar coragem e finalmente enviar sua proposta para a editora que vocĂȘ quer.

E é nessa etapa do processo que a maioria dos autores assina sua sentença.

Ao se cogitar trabalhar com uma editora vocĂȘ se expĂ”e a pessoas que nunca viu na vida e confia nelas para cuidar exclusivamente do seu trabalho, a partir de um contrato que, geralmente, lucra muito pouco para o seu lado. Para estabelecer tal relação Ă© necessĂĄrio confiar. E para confiar em qualquer um Ă© preciso conhecer. EntĂŁo, autor, faça o favor de conhecer sua editora preferida.

Saiba o nome do editor-chefe, quais livros ele editou e quais publicou. Jogue o nome dos responsĂĄveis pela editora no Google e no Reclame Aqui. Pesquise seu registro de editor no escritĂłrio do ISBN, veja suas entrevistas e posicionamentos sobre o mercado. Saiba onde estes livros estĂŁo Ă  venda, procure em livrarias e sites. Compre um livro da editora e seja insuportĂĄvel sobre todos os detalhes de edição diagramação e revisĂŁo. Procure autores publicados pela editora (inclusive os que jĂĄ deixaram a casa) e pergunte, na cara de pau mesmo, se podem te contar um pouco sobre a sua experiĂȘncia. É claro que cada caso Ă© um caso, mas conhecer histĂłrias do passado da editora nĂŁo tem como te fazer mal. VĂĄ atrĂĄs de possĂ­veis escĂąndalos e controvĂ©rsias!

Pense 50 vezes antes de assinar qualquer contrato, atĂ© o da Rocco! A partir do momento da assinatura, ambas as partes se comprometem a cumprir com os deveres acordados e isso Ă© tanto da parte da editora quanto da sua. Para cumprir, vocĂȘ precisa entender, entĂŁo nĂŁo assine nada que vocĂȘ nĂŁo tenha 150% de certeza de que entendeu completamente. Aquela perturbação bĂĄsica no inbox dos amigos advogados Ă© vĂĄlida!

NĂŁo finja que a clĂĄusula de direitos autorais nĂŁo existe. Editoras geralmente pagam ao autor uma mĂ©dia de 5% a 30% do preço de capa dos livros vendidos, o que significa que, caso vocĂȘ tenha pagado pela publicação, vai demorar muito tempo atĂ© recuperar seu investimento (fica aĂ­ outra dica implĂ­cita: nĂŁo pegue dinheiro emprestado para publicar!). VocĂȘ precisa ter certeza de que o investimento vale a pena, entĂŁo faça as contas (literalmente): se vocĂȘ pagou, entĂŁo vocĂȘ jĂĄ arcou com os custos de produção do livro. Para a parceria valer a pena, a editora deve te oferecer algum ganho alĂ©m de ter o livro em mĂŁos, do contrĂĄrio vocĂȘ pode simplesmente publicar de forma independente e pagar bem mais barato. Os ganhos que uma editora boa pode te proporcionar nĂŁo necessariamente serĂŁo monetĂĄrios. Visibilidade vale mais do que dinheiro. 

Quantos seguidores a editora tem? E destes, qual Ă© a mĂ©dia de engajamento nas postagens? A editora estĂĄ presente em feiras do livro? Na Bienal? Autores dessa editora costumam aparecer em posiçÔes de destaque em rankings, listas ou matĂ©rias? A editora estĂĄ presente na mĂ­dia? Leve tudo isso em conta! A parte artĂ­stica acabou, agora Ă© hora de ter pensamento de mercado. A partir do momento em que vocĂȘ o entregar, seu livro deixa de ser “seu filho” e se torna um produto, com uma etiqueta de preço bem clara e um valor de mercado que pode subir ou cair de acordo com o selo que tiver estampado na capa.

Sempre vamos querer dar prioridade à editora dos sonhos, mas precisamos ser realistas quando se trata do mundo editorial, ou ele nos engole. Às vezes a editora que eu quero rouba imagens de artistas para fazer capas ou não paga os direitos autorais durante anos ou acha que se vende PDFs na Amazon. Às vezes, para me proteger, eu preciso passar longe da editora que eu quero.

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