Poetisa,
atriz, cantora, escritora, dramaturga, ativista e intelectual. Elisa Lucinda,
referência intelectual e artística no Brasil e no mundo, lança em Vitória, no
próximo 19 de maio, seu 19° livro, publicado pela Editora Malê: “Quem me leva
para passear?”. O evento, com início agendado para às 19h, no Centro Cultural
São Paulo, contará com a participação de diversos artistas, que atuarão na
leitura dramática de parte do texto, ritual que marca o estilo da escritora e
com o qual ela retroalimenta seu percurso criativo via oralidade.
Em “Quem me
leva pra passear”, Elisa lança mão da escrita em primeira pessoa, convocando
uma narrativa intimista e subjetiva com o mundo de Edite, personagem que
caminha do último romance intitulado “Livro do avesso: o pensamento de Edite” e
chega em uma autoficção provocante, carregada de afirmação política e filosofia
ubuntu, para além de brindar a leitura com a poética cortante e delicada da
escritora. “Esse livro é um exercício de liberdade”, afirma.
Inquieta, ao
longo dos 35 anos de carreira, Elisa atua em múltiplas áreas criativas e
sociais. Além do trabalho consolidado com Teatro e Televisão, a atriz acaba de
rodar filmes com diretoras expoentes do cenário nacional, “O Pai da Rita”, de
Joel Zito e “Papai é Pop”, de Caíto Ortiz, onde contracenou com Lázaro Ramos,
com quem cultiva uma história de amizade e parcerias profissionais. O ator, que
se apresentou este ano como diretor de cinema em Medida Provisória, tem
construído junto a Elisa possibilidades de adaptação dramatúrgica das histórias
de Edite. Destaque também para a atuação em “Manhãs de Setembro”, produção da
Amazon Prime que tem a cantora e atriz Liniker como Cassandra, filha da
personagem vivida por Elisa, Vanusa.
As
personagens de Elisa trazem o tom de sua versatilidade, do talento arejado e da
ação multiprofissional que evidenciam ainda mais a potência das mulheres negras
na arte brasileira. Por isso, seu texto e sua postura ético-política nas redes,
no trabalho de articuladora cultural e realizadora, também trazem a luta contra
o racismo, o sexismo e toda forma de opressão como princípio que guia e
sustenta as mais diversas iniciativas da artista.
”Sankofa”,
projeto da Casa Poema que trabalha com poesia falada nos quilombos, e
“Catadoras de Poesia”, trabalho literário que desenvolve junto a mulheres
catadoras de materiais recicláveis, junto a
Flup – Festa Literária das Periferias, são algumas das iniciativas de
cunho sociorracial que Elisa tem atuado no último período. Com a Empresa Brasil de Comunicação,
participou de uma série do projeto “Diálogos Contemporâneos e Histórias
Brilhantes”, além de apresentar, a convite da Editora Record, uma ontologia de
Adélia Prado, que reúne quatro obras da escritora com quem Elisa tem profunda
relação de referência: Bagagem (1976), O coração disparado (1978), A faca no
peito (1988) e Oráculos de maio (1999).
A relação de Elisa com a Editora Malê nasce desde 2019, com a publicação
do “Livro do avesso: o pensamento de Edite”. A Editora Malê é uma iniciativa
dedicada à Literatura Afro-brasileira, criada em 2015 por Vagner Amaro e
Francisco Jorge no Rio de Janeiro, com cerca de cem obras publicadas desde
então.
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