Livro de autoajuda, ajuda?
Por Elza Helena
Antes de descobrir a escrita em minha vida eu passei uma fase onde procurava algo que mostrasse um caminho por onde eu deveria seguir, busquei no artesanato um refúgio, comecei a pintar tecidos, depois fiz um curso de corte e costura, mas ainda não era o que faltava para completar o vazio que eu sentia. Enfim... Certo dia, fui escolher um livro para ler e por acaso encontrei um de autoajuda que se chama Histórias para aquecer o coração, dos autores Jack Canfield e Mark Victor Hansen.
Esse tipo de leitura não faz muito o meu estilo mas, por algum motivo, estava entre os livros da minha estante e chamou minha atenção, comecei a gostar das histórias e a me identificar com certas situações descritas, pois algumas delas estavam me fazendo refletir bastante sobre a vida e em como eu estava agindo naquele exato momento, praticamente passei a seguir um ritual do tipo: leitura, reflexão e ação.
Ficava sempre a dúvida: deveria colocar em prática aqueles ensinamentos? Enxergar o lado positivo do que estava acontecendo? Afinal, cada história trazia uma lição de bondade, generosidade, sensibilidade, força e superação para enfrentar os obstáculos da vida.
É basicamente esse o objetivo dos livros de autoajuda, penetrar em nossa consciência, nos questionando e nos transformando. Como se estivesse conduzindo passo a passo rumo a felicidade plena, e acredito que muitas pessoas procuram por isso: A Felicidade.
Eu estava à procura de mim mesma, pois havia descoberto que era portadora de uma doença que detonou a minha visão e que estava fazendo outros estragos no meu organismo. Como estava muito sensível, algumas situações do livro ficavam em minha mente martelando: "é isso que você tem que fazer, é assim que você deve agir", "vai dar certo, você consegue".
A princípio, a experiência parecia ser boa, meio que um processo de cura interior, sem precisar de qualquer outro tipo de terapia, sem precisar estar contando meus problemas para ninguém, interagir com a leitura estava fazendo eu me sentir melhor, então os textos daquele livro, de certa forma, ajudaram sim.
Decidi comprar outros e a experiência já não foi das melhores, comecei a escrever histórias para meu filho, foi onde descobri o que realmente faltava em minha vida e encontrei o que procurava, o universo das histórias infantis, que preencheu o vazio que eu sentia e me ajudou a superar de fato uma das piores fases em relação a minha saúde.
Tive uma experiência boa com um livro de autoajuda e outra nem tanto, mas acredito que isso aconteça em qualquer gênero literário, os leitores estão a cada dia mais exigentes com a qualidade dos textos, até mesmo o público infantil.
Em relação aos livros de autoajuda, não tenho nada contra eles, eu criei uma expectativa em torno da situação que eu passava. E até que ponto esse tipo de leitura poderia ajudar a resolver o meu problema?
O desafio é você encontrar o livro certo, com textos interessantes e exemplos que vão te fazer identificar as situações descritas e compreendê-las. Por mais simples que os conselhos pareçam, eles apontam caminhos que cabem ao leitor segui-los ou não. Então, se você curte livros de autoajuda, boa sorte em suas escolhas! E se tiver uma boa referência, adoraria conhecer. Pode deixar as indicações nos comentários.
Um abraço!
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