Colunas Literárias: Literalizar...

Literalizar…

Por Clara Magalhães

Essas maratonas literárias me empolgaram.

Essa foi a forma que achei para me incentivar e dar continuidade às minhas leituras. Depois de participar de duas delas em julho, resolvi continuar até o fim do ano.

Mas assim que escolhi uma outra maratona, me deparei com algo bem inédito para mim…

A primeira e a segunda foram muito fáceis, pois apenas escolheria o livro com a capa lilás, ou a primeira obra do autor e assim por diante.

Mas esta maratona era bem diferente. Teríamos que escolher gêneros literários, até aí tudo bem. Porém eram termos literários que eu nunca tinha ouvido falar…Para mim isso era um desafio.

Confesso que tive que pedir ajuda aos universitários, vou dar alguns exemplos, o desafio começa de forma bem leve, mas com pitadas de dificuldade.

 Primeiro Desafio: Uma história muito conhecida. 

Até aí, mole, né? Só que conhecida não pelo livro?!

Depois eu entendi o espírito da coisa, escolhi o Forrest Gump. São histórias que já tiveram adaptações para o cinema.

Segundo Desafio: Tragédia (de preferência grega). 

Bem, até então, eu conhecia muito pouco, pois havia visto apenas na faculdade em Teoria da Literatura. Aristóteles. Escolhi uma peça de Shakespeare, Muito Barulho por Nada, confesso que fui pelo título, já que eu tinha que ler para faculdade. Este realmente seria um grande desafio.

Até aí tudo bem…Porém surge um termo que nunca vi, o terceiro desafio.

Terceiro Desafio:  Bildungsroman (“romance de formação”). Ela é uma palavra alemã.

O que isso quer dizer? Focado num protagonista jovem, ele mostra as mudanças dos personagens na sua formação ou na transição para a fase adulta. Escolhido Mulherzinha, da Louisa May Alcott.

Quarto Desafio: Folhetim. Termo derivado da França, é um modo de se publicar uma história, nos meados do século XIX. Depois evoluiu para o rádio e hoje é a televisão. Naquele tempo eram os folhetins.

Esse era fácil, eu já tinha lido. O Conde de Monte Cristo foi o maior calhamaço que li até hoje… Os autores ganhavam, na época, por cada palavra escrita.

Quinto Desafio: Literatura gótica. O que é o gótico? Bem, a literatura gótica tem como elementos principais as paisagens típicas da era medieval, tais como: palácios, templos e destroços. Personagens melodramáticos como: donzelas, cavaleiros e seres vis... Histórias de tempos passados. 

Frankenstein foi o escolhido.

Sexto Desafio: Literatura fantástica. 

Fantasia? Sim, nossa realidade é regida por leis, mas essas leituras meio que quebram essas leis. Vão contra o lógico, coisas que acontecem e não têm explicação, para este desafio tem um monte, eu já li As crônicas de Nárnia, e agora vou ler Senhor do Anéis.

Sétimo Desafio: Distopia. Nada mais é que o contrário da utopia. 

Geralmente, na distopia temos governos autoritários e repressores, a restrição de algo, tipo um futuro pós-apocalíptico, escolhi Fahrenheit 451.

Oitavo Desafio: Roman à clef. O que é isso? Trata-se de acontecimentos e de pessoas reais, através de personagens em situações fictícias. 

Acontece, quando o autor não quer expor a real pessoa ou situação. Escolhi A Revolução dos Bichos, do George Orwell, mas existem outros…

Nono Desafio: Intertextualidade. Bem, este é mais fácil. Influência de um texto sobre o outro, que o toma como modelo ou ponto de partida… 

Escolhido A Menina que Roubava Livros.

Décimo Desafio: Nouveau roman. Um movimento francês. 

Romance gênero, não romance romântico. Onde haja uma desconstrução e o ambiente tenha muito mais importância que o personagem em si. Escolhido Um Teto Todo Seu, da Virgínia Woolf.

Décimo Primeiro Desafio: Contos. 

Esse foi super fácil, pois tenho muitas antologias e escolhi terminar algumas que já havia começado a ler…

Décimo Segundo Desafio: Poesias. 

Essa semana eu recebi o meu primeiro livro de poesias, sim meu… Na verdade eu nunca escrevi, porém tive algumas inspirações, dessas que não se explica, e escrevi umas trinta. Adorei a experiência. Afinal de contas, temos que valorizar muito esses dois últimos tópicos, contos e poesias, temas não muito explorados.

Espero que tenham gostado das minhas dicas e aprendido, assim como eu, novos termos literários.

Lembre-se, todo bom escritor é um bom leitor…

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