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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Quem foi Elizabeth Bishop? A autora que apoiava a ditadura e é homenageada da FLIP

Por Isabelle Reis


Na tarde de ontem a organização e curadoria da Festa Literária Internacional de Paraty, que anualmente homenageia grandes escritores da história, decidiu que era um bom momento para homenagear a autora americana Elizabeth Bishop, que viveu no Brasil por vinte anos e era abertamente a favor do período ditatorial em que o país viveu.

Bishop ainda é a gringa estreante nas homenagens do evento e morou por duas décadas entre Petrópolis e Ouro Preto. Ela é considerada uma das poetas mais importantes dos Estados Unidos e publicou cerca de 100 poemas, mas apesar da carreira brilhante, a comoção que vem crescendo nas redes sociais tem a ver com a opinião política da autora.

De acordo com a matéria de 2009 da revista Piauí, Elizabeth deixou claro sua posição em um trecho que dizia: "A suspensão dos direitos, a cassação de boa parte do Congresso etc., isso tinha de ser feito, por mais sinistro que pareça", escreveu Elizabeth Bishop a Robert Lowell a propósito do golpe militar de 1964.

A escolha da autora em uma época conturbada para a política brasileira decepcionou muitos fãs da festa, que deixaram claro sua insatisfação nas postagens feitas pela organização do evento. Não só pelo fato apresentado, mas por também quebrar a tradição de colocar em destaque grandes escritores brasileiros e fazer o público conhecer mais da própria história.

Mas apesar da grande polêmica ser envolvida na polícia, Bishop não era nem pouco interessada no tema, e só ficou em Petrópolis porque se apaixonou por Lota de Macedo Soares, em 1951, e se permitiu viver este amor. A escritora, apesar de morar duas décadas no Brasil, pareceu não entender o lugar em que morava, porque seu trabalho refletiauma polarização ideológica que devastou a vida pública brasileira na década de 50 e 60.

Assim como a política que está no poder atualmente, Elizabeth detestava a vulgaridade, a cultura popular, os atos de justiça com as próprias mãos e os movimentos militantes que aconteciam ao seu redor, muito parecido com os atos pró Bolsonaro que aconteceram na FLIP de 2019 e foram móvitos de boas risadas dos transeuntes.

Elizabeth Bishop, filha única, nasceu em Worcester, Massachusetts, em 8 de fevereiro de 1911, era muito doente quando criança e como resultado recebeu muito pouca escolaridade formal. Bishop foi muito influenciada pela poeta Marianne Moore, a quem ela foi apresentada por um bibliotecário em Vassar, em 1934. No início da idade adulta, teve uma independência financeira com a herança de seu pai que enfim pode usufruir. Com esta herança, Bishop foi capaz de viajar muito sem se preocupar com emprego e viveu em muitas cidades e países que são descritos em seus poemas.

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