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Por Isabelle Reis |
Na tarde de ontem a organização e
curadoria da Festa Literária Internacional de Paraty, que anualmente homenageia
grandes escritores da história, decidiu que era um bom momento para homenagear
a autora americana Elizabeth Bishop, que viveu no Brasil por vinte anos e era
abertamente a favor do período ditatorial em que o país viveu.
Bishop ainda é a gringa estreante
nas homenagens do evento e morou por duas décadas entre Petrópolis e Ouro
Preto. Ela é considerada uma das poetas mais importantes dos Estados Unidos e
publicou cerca de 100 poemas, mas apesar da carreira brilhante, a comoção que
vem crescendo nas redes sociais tem a ver com a opinião política da autora.
De acordo com a matéria de 2009
da revista Piauí, Elizabeth deixou claro sua posição em um trecho que dizia: "A
suspensão dos direitos, a cassação de boa parte do Congresso etc., isso tinha
de ser feito, por mais sinistro que pareça", escreveu Elizabeth Bishop a
Robert Lowell a propósito do golpe militar de 1964.
A escolha da autora em uma época
conturbada para a política brasileira decepcionou muitos fãs da festa, que
deixaram claro sua insatisfação nas postagens feitas pela organização do
evento. Não só pelo fato apresentado, mas por também quebrar a tradição de
colocar em destaque grandes escritores brasileiros e fazer o público conhecer
mais da própria história.
Mas apesar da grande polêmica ser
envolvida na polícia, Bishop não era nem pouco interessada no tema, e só ficou
em Petrópolis porque se apaixonou por Lota de Macedo Soares, em 1951, e se
permitiu viver este amor. A escritora, apesar de morar duas décadas no Brasil,
pareceu não entender o lugar em que morava, porque seu trabalho refletiauma polarização
ideológica que devastou a vida pública brasileira na década de 50 e 60.
Assim como a política que está no
poder atualmente, Elizabeth detestava a vulgaridade, a cultura popular, os atos
de justiça com as próprias mãos e os movimentos militantes que aconteciam ao
seu redor, muito parecido com os atos pró Bolsonaro que aconteceram na FLIP de
2019 e foram móvitos de boas risadas dos transeuntes.
Elizabeth Bishop, filha única,
nasceu em Worcester, Massachusetts, em 8 de fevereiro de 1911, era muito doente
quando criança e como resultado recebeu muito pouca escolaridade formal. Bishop
foi muito influenciada pela poeta Marianne Moore, a quem ela foi apresentada
por um bibliotecário em Vassar, em 1934. No início da idade adulta, teve uma
independência financeira com a herança de seu pai que enfim pode usufruir. Com
esta herança, Bishop foi capaz de viajar muito sem se preocupar com emprego e
viveu em muitas cidades e países que são descritos em seus poemas.
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