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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

O Inferno está vazio e todos os demônios estão aqui

O Inferno está vazio e todos os demônios estão aqui

Por D. Celestino

No último fim de semana, de sexta a domingo, o Pavilhão do Anhembi, em São Paulo, foi palco de muito horror e sangue. Calma! O sangue era de mentirinha, parte do look de diversos visitantes e expositores presentes na Horror Expo 2019, evento com a temática de Terror/Horror que reuniu uma galera interessada no sinistro manifestado de diversas formas, como TV, música, cinema, literatura e quadrinhos. Em alguns momentos, a frase título deste artigo, ”O Inferno está vazio e todos os demônios estão aqui”, de Shakespeare, servia como uma luva.
Entre um susto e outro, garantidos pelos inúmeros cosplayers andando pra lá e pra cá (com fantasias e maquiagem dignas do inferno, diga-se de passagem), o visitante podia aproveitar diversas experiências (como o Museu dos Monstros ou o Celeiro do Horror), assistir a palestras com grandes nomes do gênero, conseguir aquele abraço e autógrafo de seu ídolo macabro favorito (no caso, o belzebu não estava lá, não, só seguidores mesmo!), assistir a filmes, fazer comprinhas dos mais variados artigos desde livros e games até itens colecionáveis e vestimentas, e, muito relevante, ter seu momento “demo por um dia” fazendo uma super maquiagem pra lá de realista e… eu já disse macabra? Ah, podia até deitar em um caixão de verdade sem realmente ter encontrado a Indesejada (que, aliás, também estava presente via cosplayers).
Eu participei do evento por dois dias (mas não o tempo todo), como visitante. Meu interesse estava, a princípio, restrito à literatura. No fim das contas, porém, acabei curtindo muito tudo que vi lá. Fiquei, sobretudo, fascinada com a habilidade de vários artistas que esculpiam, ali na hora, seus monstros e criaturas. 

Uma atração que adorei foi a Orquestra de Metais da Banda Marcial de Cubatão, que apresentou versões de temas de filmes ou séries de terror, com direto a coro do público entoando “Ghostbusters!”, na execução da trilha do longa Os Caça-Fantasmas

E o que falar do Pennywise (o palhaco de It)? Sério: meu coração disparou de verdade quando eu o vi andando pelos corredores! Vai entender o nosso cérebro!
Voltando ao meu interesse em literatura, como sou recém associada à Aberst (Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror), eu não pude deixar de conferir a premiação que ocorreu durante o evento: o II Prêmio Aberst de Literatura, que reconheceu as melhores obras de crime, suspense e terror brasileiros. 

Em meio a tantos cosplayers e atrações de personagens estrangeiros, o prêmio Aberst foi uma espécie de respiro, um momento ímpar de valorização dos artistas nacionais, valorização esta tão necessária nestes tempos sombrios (realmente sombrios).

Para finalizar, a Horror Expo teve um gostinho especial para mim porque foi a primeira vez que vi uma obra minha de ficção publicada em papel: trata-se do conto “O Artista”, na Antologia Procurados, da Editora Illuminare. Parece bobo, mas é uma sensação muito boa ver o “filho" ali impressinho, representando a superação do medo de expor a minha escrita… Mas o medo do Pennywise continua!

D. Celestino é mestre e doutora em linguística pela USP e docente no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. Atualmente, tem se deixado levar pelo mundo da escrita de ficção, principalmente de crime, terror e suspense. Seu romance Operação Plus Size, pode ser encontrado na Amazon.

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