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sábado, 7 de setembro de 2019

Nosso ritmo de escrita - Margarete Prado

Nosso ritmo de escrita


Por Margarete Prado

Desde 2017, quando comecei a escrever ficção, procurei aprender sobre a Arte da Escrita Literária, ou seja, a escrita enquanto arte, com valor estético. Como fazer bons poemas, contos, crônicas, novelas e romances. Fui descobrindo sites e mais sites com muito material sobre como escrever bem, bonito, com alma, algo que todos querem ler, como fazer sucesso. 

Mas também fui percebendo que antes de você querer saber tudo sobre como criar bons diálogos, personagens interessantes, tipos de narrador, passo a passo de como fazer um romance, antes disso tudo, a pessoa precisa entender seu ritmo de trabalho, seus hábitos de escrita e de criação. Você precisa criar sua rotina, ter um cantinho preparado onde possa se isolar, se concentrar, relaxar e se entregar à escrita, como a mulher apaixonada se entrega ao seu amante desde a primeira vez.

Os bússola versus Os mapas

Muitos teóricos consideram que existem dois tipos de escritores; os mapas e os bússola, mas vamos explicar o que vem a ser isso. Ambos são termos utilizados para tipificar as maneiras de planejar uma história: uma pessoa que escreve sendo do tipo mapa é aquela que planeja a história detalhe por detalhe, aquele tipo que não consegue redigir uma linha se não tiver anotado num pequeno caderno tudo sobre a rota a ser percorrida.

Já o escritor bússola nunca planeja nada, escreve ao sabor do impulso, apenas começa a escrever e nada o detém até que tenha terminado seu conto ou poema. Ele se deixa levar pelo improviso, pelo que vem saindo a toda velocidade da mente, porque conhece na hora a direção geral que vai tomar, mas não tem a rota clara, sempre vagueia ao léu da própria sorte.

Normalmente, uma pessoa bússola não se dá bem com anotações prévias de como será a história; não escolhe de antemão os nomes que vai colocar nos personagens, não tem um roteiro prévio a ser seguido. Apenas segue o seu instinto e escreve sem parar, o texto vai saindo todinho na hora em que começa a escrever e pronto. Quando termina o conto ou um poema, relê tudo para corrigir e reescrever um pouco melhor, e se dá por satisfeito. Entretanto, você se arrependerá um pouco de seguir sempre a escrita tipo bússola, mas em muitos casos, como no conto ou poema, que são textos curtos, pode até compensar. 

Se você sabe que é uma pessoa tipo bússola ou não gosta de planejar, eu recomendaria pelo menos que jamais faça isso se for escrever um romance. Para esse tipo de escrita é fundamental o planejamento prévio, ter um mapa para seguir com tudo planejado de antemão, resumo de cada capítulo, descrição física e personalidade de cada personagem e função dela na história, quantidade de capítulos, anotações em que você resume em uma ou duas frases o que acontece nos capítulos e segue seu instinto.
Em geral, eu não recomendaria a uma pessoa que deseja dedicar-se a uma escrita séria que escreva usando o ritmo da escrita bússola. Para escrever um romance, torne-se um escritor de mapas. 

Estruture bem a sua história com um planejamento detalhado, ou seja, um bom mapa ou roteiro que você vai usar para dirigir a sua escrita. Desse modo, você saberá a importância de ter as extremidades amarradas firmemente ao adotar um ritmo de escrita que requer planejamento prévio. 

O tempo extra que você gasta em planejar é bem menor do que você vai gastar corrigindo ou reescrevendo. Se você notar uma brecha mais tarde, quando estiver escrevendo, reveja a pistas anotadas em seu caderno de planos. Se quer ser eficiente, as pistas anotadas são a sua principal ferramenta. Você precisará aprender a quebrá-las quando necessário, mas essa ruptura é a criação de novas pistas ou passos para substituir o anteriormente planejado.

"E se eu for uma bússola incorrigível?"

A ideia do planejamento prévio é deixar a improvisação de lado antes de começar a escrever. 

Descreva a história em tópicos antes de começa-la de fato. Se você é uma bússola, seu primeiro rascunho acaba sendo sua pista para escrever o texto definitivo. E é muito mais fácil detectar as falhas do enredo nas anotações de tópicos do que no primeiro rascunho, e muito fácil também para corrigi-los.
Se você tiver que eliminar algumas cenas resumidas em tópicos, elas são apenas poucas palavras, resumos. Eliminar as cenas já escritas em capítulos completos é um horror e muito mais trabalhoso. 
Se você é uma bússola e não quer deixar de ser, pode se resignar ao fato de que sempre irá dedicar muito tempo à correção ou reescrita. Se quiser parar de ser uma bússola, minha sugestão é que adote a escaleta e tente se tornar um escritor do tipo mapa. No começo será um pouco difícil, mas com o tempo você economizará muito esforço. Caso queira escrever somente contos, talvez possa ser sempre um escritor tipo bússola no ritmo de escrita. Mas se você planeja escrever cinco, seis ou vinte romances, talvez o investimento e o esforço em se tornar do tipo Mapa valham a pena.

"E os escritores híbridos?''

No final, existem muitos escritores que são uma mistura de mapa e bússola. Ao longo do tempo, você irá se hibridizar naturalmente enquanto aprimora seu processo de escrita com base na sua experiência. Isso é algo que vem sozinho.

Encontre a autora em:

Facebook: Margarete Prado
Instagram: @margareteprado6280

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