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domingo, 4 de agosto de 2019

Colunas Literárias: A Literatura e a Fé

A LITERATURA E A FÉ


Por Marlos Quintanilha


Segundo uma das definições:

Fé é a convicção da existência de algum fato. 
 Michaelis online

E de fato, de maneira bem simplória, fé nada mais é do que acreditar. Assim diz o autor desconhecido na carta aos Hebreus, contida na Bíblia Sagrada. O livro sagrado, por sinal, é instrumento que norteia a vida de seguidores em várias religiões, dentre algumas estão: Judaísmo, Catolicismo, Igreja Ortodoxa, Protestantismo, Espiritismo entre outras. Cada qual com suas interpretações e características próprias. 

Esse texto não fala sobre religião. Aqui falaremos sobre a fé, como denota o título. A ciência já se rendeu à fé, se assim podemos dizer. Há um estudo na região sul do país em parceria com uma universidade americana para mensurar os efeitos biológicos da fé. 

Em São Paulo, no hospital Albert Einstein, na ala de oncologia, uma das primeiras perguntas feitas pelo médico é a forma pela qual o paciente professa a fé. No início do século passado, William Osler, médico canadense, já apresentava ao mundo suas divagações sobre a influência da fé na vida das pessoas. 

Há nove anos vivi duas experiências com a literatura que foram essenciais para que minha fé continuasse de pé. Uma foi um chacoalho para entender que mesmo através de algo escrito por alguém que não sabe da existência de outra pessoa, é uma forma de o universo dizer algo. 

No dia 05 de agosto de 2010 comecei a ler (pela terceira tentativa) um livro que dizia em sua contracapa:

“Quando a morte conta uma história, você tem que parar para ouvi-la”. 

Li o livro durante o tempo de internação do meu irmão. No dia 20 de agosto eu terminei o livro e meu irmão faleceu. Realmente a morte queria me contar uma história. Ou melhor, encerrou um capítulo da minha história para começar outro na Terra do Nunca (essa é outra história que será contada na Bienal do Livro em São Paulo em 2020). 

Passadas algumas semanas eu comecei a ler um livro onde a história girava em torno de um pai que teve a oportunidade de voltar ao local da morte de sua filha na companhia da Trindade. Eu tinha muitas perguntas sobre a vida e a morte do meu irmão. Ao final do livro eu descobri que algumas respostas eu terei ao longo da vida, outras terei na eternidade e outras eu nunca terei. Com isso posso dizer que a literatura foi fundamental para que eu pudesse seguir em frente na minha jornada sem sangrar, apenas com feridas que foram cicatrizando ao longo dos anos. 

No cenário nacional temos um excelente autor que relata sua peregrinação em busca de respostas sobre sua fé. Em “O Aleph”, Paulo Coelho usa a narrativa para discorrer — agora sobre filosofia oriental. A questão aqui é o Axis Mundi, o centro do mundo, ponto essencial onde tudo “está no mesmo lugar ao mesmo tempo”

Esta é uma noção hinduísta sobre a eternidade. Em suma, encontrar o Aleph é retornar ao começo, voltar às origens da vida, da realização, da satisfação de estar vivo. Para encerrar, uma frase do próprio Paulo Coelho numa de suas entrevistas:

“A fé não é algo estático, mas uma dinâmica constante.”

Uno-me à sabedoria do autor acrescentando com humildade que, a fé é uma vitamina de importância suprema para que possamos nos manter de pé frente às lutas da vida e para saber manter os pés no chão diante das explosões de alegria. Fé é acreditar. Acreditar é enxergar além do que os olhos podem ver. Enxergar com os olhos do coração. Saber que existe alguém que se importa com nossas lágrimas e certamente terá um ombro amigo para ampará-las ou um sorriso estonteante para acompanhar nossa gargalhada. Fé é aprender. É o sinal de continuar ou mudar a rota. Sobretudo, fé é viver.


Encontre o autor em:

Facebook: Marlos Miranda Quintanilha
Insta: @quintanilha_autor

Um comentário:

  1. Seu texto é belíssimo, desde mocinha fortaleci a minha fé com a leitura da melhor literatura e tb com as escrituras. Que essa vitamina de suma importância siga conosco firmes em nossos corações em cada passo que ainda nos resta nessa existência... Bjos da Maga

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