A fantástica fábrica de sonhos
Por Marlos Quintanilha
Sabe aquele tipo história que o autor “recebe” do nada? Pois é! Eu vivi isso há alguns anos e é sobre essa mágica quase inexplicável que quero falar hoje.
Eu sonho demais. Numa quantidade surreal. Se eu cochilar numa viagem (coisa que quase não faço por medo de assalto, acidente e coisas obscenas) eu sonho. Após o almoço? Sonho também. Tenho o privilégio de acordar em meio a um sonho, voltar a dormir e continuar o mesmo sonho. Não sei explicar, mas tenho essa habilidade.
Já sonhei que estava viajando no Titanic. Sim. Já corri de dinossauros no Parque dos Dinossauros do Spielberg. Na adolescência tirei nota máxima em literatura depois de sonhar com um trabalho sobre Dadaísmo e colocá-lo em prática.
E foi numa dessas noites criativas que sonhei com Santiago. Ele era um homem que morava em Quito, no Equador. Era rico e tinha uma meia discussão com sua namorada. Eu estava ali, observando tudo, mas sem fazer parte da cena em si. Lembro-me de acordar e rascunhar algo sobre esse relacionamento.
É exatamente aí que mora a mágica da fantástica fábrica de sonhos chamada Literatura. Somos agraciados por ter a sensibilidade de perceber coisas que as pessoas “anormais” não percebem (sim, somos “normais”). Não tenho mais noção de quantas histórias escrevi até aqui nesses quase três anos de literatura. Só sei que praticamente todas elas vieram de algo que sonhei, vivi, vi, ouvi, etc. São aqueles pequenos detalhes que fazem surgir aquele sorrisinho no canto da boca enquanto a mente é bombardeada de ideias.
Depois do sonho, a ideia ficou guardada numa pasta por quase dois anos. Até que num dia, inspirado, resolvi desengavetá-la. O texto já tinha título: Sonhador de aluguel. Nele o Santiago é um homem rico, bem resolvido, no auge do sucesso profissional. Entretanto, como o título sugere, ele é um sonhador de aluguel. Vive para realizar os sonhos dos outros. Tem medo de realizar seus próprios sonhos. Nesse cenário ele conhece Sofia, uma bela jovem que vai fazer com que Santiago repense alguns de seus princípios. Caso você queira saber o desenrolar dessa história, estamos na pré-venda pela Editora Rico. Dá um pulo no site e reserve seu exemplar. A antologia Ao redor do mundo está recheada de boas histórias.
E é isso. Vez por outra, você, leitor, pode perceber semelhanças entre a história que está lendo e a sua. Certamente algum autor ouviu falar sobre você, te conhece ou é uma daquelas coincidências da vida que não devemos explicar, apenas viver. Já escrevi sobre minha vida, meus amigos, matérias que li, sonhos que tive, pessoas que conheci no transporte (sim, adoro puxar assunto com desconhecidos) e situações cotidianas que vão construindo quem somos e o que escrevemos.
“Escrever é segurar na mão de milhares de desconhecidos e fazer deles seus melhores amigos num mundo particular.”
Marlos Quintanilha
Não importa a idade, a cor, o gênero, o credo ou o lugar, nunca deixe de sonhar. Aos que leem, tenham uma vida inspirada em sonhos. Aos que escrevem, compartilhem sonhos. Somos movidos por eles. Quem não sonha, não vive.
Encontrem o autor em:
Facebook: Marlos Miranda Quintanilha
Insta: @quintanilha_autor
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