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domingo, 30 de setembro de 2018

Dresa Entrevista: Autora S. Miller




A partir desse mês, estarei com vocês mensalmente, trazendo uma entrevista com autoresnacionais. Esse mês, estreamos a coluna com a maravilhosa S. Miller!

Vamos conhecer um pouco mais sobre a autora?

S. MILLER é o pseudônimo da escritora mineira Ivânia Aziz. Ela entrou para a faculdade de Medicina, logo depois cursou Administração e se especializou em Marketing. Atualmente cursa mestrado em Literatura Contemporânea e comanda uma empresa de publicidade. Viciada em livros e apaixonada pela escrita, já tem mais de 7,5 milhões de leituras em suas obras, conquistando a denominação de best-seller da literatura nacional.
Entre os seus títulos de maior sucesso, atingindo o ranking da revista Veja, estão: “Indomável” e “Indomável Coração”, pela editora Astral Cultural. “Tardes Sensuais”, pela editora Universo dos Livros. “Profano”, pela Ler Editorial. A trilogia “De Repente” (“De repente o destino”, “De repente a obsessão” e “De repente para sempre”), pela Editora PL. E “Um lugar no coração”, pela Qualis Editora. Alguns de seus livros foram traduzidos para o inglês, ficando entre os mais lidos durante vários meses.

1 - Ivânia por Ivânia: como você se define?

Sou uma misturinha de coisas boas com alguns sabores cítricos meio negativos... Chocolate com um toque de limão. Afinal, ninguém é perfeito. Mas eu tenho qualidades importantes das quais me orgulho muito: sou obstinada, honesta,justa, companheira e leal. Isso me ajuda a não falhar como ser humano. Diria também que sou bastante sonhadora e um pouco maluca. Mas.. Quem não é?

2 - Publicitária, mãe, escritora e uma breve passagem pela medicina. Como concilia tudo isso em apenas 24horas?

Não concilio. A minha vida é uma loucura inexplicável. Só por ser mãe de adolescente, já fico exausta. Mas a vantagem é que tenho pessoas maravilhosas que me ajudam e dão apoio para seguir em frente. A família é muito importante nesse quesito. No entanto, sonho que o mundo ainda terá dias com 48 horas.

3 - Foi a Literatura hot que te lançou no mercado literário. Encontrou algum tipo de preconceito ou resistência por conta do gênero?

Encontrei preconceito, sim. E ele vai existir sempre, infelizmente. O que as pessoas não entendem é que livros premiados, considerados grandes obras, como ‘Mulheres’, de Charles Bukowski, ‘A casa dos budas ditosos’, de João Ubaldo Ribeiro, ‘A filosofia na alcova’, de Marquês de Sade, e ‘O amante de Lady Chatterley’, de D. H. Lawrence, são bastante eróticos. Ainda me arrisco a citar Jorge Amado e Eça de Queiroz, com enredos crus e sensuais; sem contar a grande dama do erotismo brasileiro, Cassandra Rios. Engana-se quem acredita que a febre por livros eróticos nasceu com a trilogia ‘Cinquenta Tons’, de E L James. Levando-se em consideração a censura nas décadas passadas, onde foi criada até mesmo uma “lista negra” de livros proibidos, o que testemunhamos nos últimos anos foi a redescoberta de um estilo que sempre existiu. O que quero dizer? Em qualquer tipo de literatura, inclusive na de entretenimento, sempre existirão bons e maus livros. A qualidade de uma obra não pode e nem deve ser medida por seu gênero. Há livros eróticos inovadores, com soberbo manejo do português e de indiscutível qualidade literária.

4 - “Profano” é um livro polêmico, trata de um tema que ainda é tabu em nossa sociedade. Como foi a pesquisa para a construção da história? Em algum momento você teve medo da reação que o público poderia ter?
                               
Medo? Eu? Não mesmo! Pulei do penhasco sem paraquedas. Os leitores já me conhecem, sabem que
‘quebrar tabus’ é o meu lema. Fui catequista (ensinava sobre a Bíblia para crianças) por muitos anos, passava horas dentro da igreja.Eno seminário da minha cidade, presenciei histórias que ‘podem’ estar nas páginas dessa obra... Não tive tanta necessidade de pesquisar por ter convivido no meio religioso por muito tempo. Reflexão é o que não falta nesse livro. “Profano” é um texto com pitada filosófica, que vem para levar o leitor a pensar sobre muitos aspectos importantes de temas como a religião, a fé, a prostituição, o sexo, a homossexualidade, o celibato, o certo e o errado, o sagrado e o pecaminoso. Alguns momentos densos e eróticos, outros suaves e românticos, permeiam uma história que preparei para mexer com o coração (e os hormônios) de quem se arriscar a ler.Falo de assuntos sérios e polêmicos, mas tomeicuidado para não ofender as crenças, tive o devido respeito durante a escrita. Apenas tentei retratar a vida. Porque o meu intuito é que as pessoas reflitam sobre os dois lados de todas as coisas, interpretem os sinais do mundo e questionem o que é apresentado como verdade única e absoluta. Gosto de frisar uma coisa importante: essa obra não é sobre o pecado, eu falo mesmo é do amor de uma forma bastante ampla e encorajadora. Fica o desafio: conheça o tempero baiano de Eva, as loucuras nada convencionais de Pedro, a intensidade apaixonante de Lorenzo, além das descobertas nada ortodoxas do padre Alessandro. Mas se jogue de mente aberta!

5 - A trilogia “De repente” é um sucesso desde o seu primeiro lançamento, de forma independente. Todos os livros abordam temas polêmicos e que exigem muita pesquisa. Como funciona esse laboratório para a escrita? Você costuma realizar a pesquisa antes do livro, durante, ou cada livro tem uma construção?

A trilogia me exigiu muita pesquisa, sim. Principalmente por ser ambientada em outro país. Foi a minha primeira escrita erótica, e fez tanto sucesso, que foi traduzida para o inglês. Além do mais, falo de violência doméstica e narcotráfico. Precisei conversar com detetives, policiais e advogados. Significoumuito ter acesso a tantas informações que eu nem imaginava. Uma psicólogaespecializada no tratamento da mulher violentadame orientou na construção da personagem Sophie/Luciana. Sempre pesquiso muito para os livros e isso acontece em todas as etapas da escrita. Acho primordial entregar ao leitor um texto com profundidade e qualidade.

6 - Você escreveu “Indomável Coração”, com a Juliana Mendes. Como foi escrever em parceria? Se pudesse escolher outro autor(a) para escrever em parceria, quem seria?

Escrever em parceria com a Juliana foi absolutamente maravilhoso. Tivemos uma sintonia inexplicável. Trabalhamos com alegria, liberdade criativa, respeito e entusiasmo; principalmente por ser no livro “irmão” de uma das minhas obras mais queridas: “Indomável”. Se eu escreveria em parceria outra vez? Claro que sim! Não dá para citar um autor específico, porque eu toparia com aquele que se propusesse a entender e respeitar a minha forma de escrever e passar a mensagem para os leitores. E quer saber um segredinho? Vem livro novo em parceria por aí...


7 - Você possui mais de 7,5 milhões de leituras online com seus romances hot. Na Bienal de SP desse ano, você lançou “Um lugar no coração”, que possui um público completamente diferente: os adolescentes. Como foi essa transição, e por que você escolheu essa mudança?

“Um lugar no coração” é o meu sonho mais querido! Não diria que ele foi escrito especificamente para o público jovem, até mesmo porque os personagens são adultos. Porém, a história pode ser lida por qualquer faixa etária. O que aconteceu durante a Bienal Internacional do Livro SP 2018 foi surpreendente: os adolescentes abraçaram o livro de tal forma, que chego a me emocionar ao lembrar.Algumas escolas particulares adotarão o livro para o próximo ano, e isso é recompensador. A transição ainda está acontecendo... E eu não escolhi a mudança, ela me escolheu. Dizer que não escreverei mais obras eróticas seria mentira, mas estou focada em romances e suspenses do gênero Young Adult e New Adult. Tem sido uma experiência divertida e fabulosa. Descobri uma nova forma de criar histórias, que está mexendo com a minha vida. Vamos ver no que vai dar...

8 - Enquanto autora, como a S. Miller se define? Você diria que está realizada ou ainda falta conquistar algo?

Escrevo porque eu sufocaria se não o fizesse. Jamais falaria demim mesma sem citar o meuamor pela escrita. Seria falso.Escrever é liberdade.É libertador. Liberta-a-dor.Eu leio desde que aprendi as letras e sinto que nasci para escrever e passar uma mensagem, problema de quem se ofende com as minhaspalavras. Realizada estou, principalmente pelo reconhecimento dos leitores, o que julgo ser o mais importante. Mas não atingi ainda o máximo do meu potencial. O caminho é árduo, lento, e exige muita dedicação e estudo. Literalmente uma escadinha... Saberei quando chegar naquele degrau onde podemos sentar, relaxar, abrir um bom vinho e apreciar a paisagem.

9 - Em suas redes sociais, você faz sempre questão de se posicionar – desde os mais banais aos mais polêmicos assuntos – sem medo do impacto que isso possa trazer para sua carreira. Você acha que é importante esse posicionamento por parte dos formadores de opinião e pessoas públicas?

Então, eu me exponho sabendo exatamente o que estou fazendo e não o faço para “criar polêmicas”, “entrar em modinhas” ou “ir com os demais”.Ao longo da vida (e não sou jovem faz tempo), aprendi que a pior coisa é ficar “em cima do muro”ou se calar. Porque quando o lado do bem se aquieta, as coisas ruins ganham espaço e tomam conta de tudo. Sou uma pessoa feminista (não confundir com femista), politizada, de caráter firme e opiniões fortes. Quem me conhece nesses quase oito anos de mercado editorial, não se surpreende com as minhas postagens. Além do mais, sou sensata e respeito as opiniões alheias, mesmo que sejam divergentes da minha. Acho importante dialogar e manter a empatia. É assim que as coisas mudam e o mundo evolui.

10 - Sei que é uma pergunta ingrata, mas não estamos aqui para ser boazinha, não é mesmo? Você tem que escolher um dos seus livros para indicar. Qual seria? Faça um bom resumo de apresentação dele.

"Um lugar no coração" é um drama romântico que vem desmistificar a Síndrome de Down como doença, além de abordar a autodescoberta, perdão, amor e segundas chances. Tudo permeado por personagens sutilmente análogos ao do clássico 'Alice no País das Maravilhas', de Lewis Carroll. A maioria dos livros que fala da SD são técnicos, fazendo com que a população, no geral, não tenha interesse pelo assunto. E o preconceito acontece principalmente pela falta de informação. Escrevi uma obraonde o ponto principal não é exatamente a Síndrome de Down, mas leva o leitor a uma viagem interessante em como é a vida das pessoas que convivem com essa peculiaridade: seus desafios, dificuldades, superações e conquistas. Durante o processo de escrita, fiz muita pesquisa e conversei com profissionais da saúde. Além do mais, o livro traz depoimentos reais e emocionantes de quem convive com a SD. Quero que todos entendam o que é a síndrome, sem fazer dela uma diferença. Mas não é apenas isso! O enredo ainda faz um passeio emocionante pela Europa, nos cenários dos filmes de comédia romântica favoritos da personagem principal. Também desenha um romance mágico, fofo e doce ao longo do caminho de descobertas e superações da pianista sonhadora que Alice é. Certeza de lágrimas, sorrisos e muita emoção.



QUOTE: “Afinidade não se explica. Não é a duração que define se um relacionamento vale a pena. Mas a força com a qual o sentimento é vivido.Não interessa se amanhã ela partirá. O importante é que hoje eu estou aqui. E tudo que tange ao momento, é que sou o responsável pelo sorriso que ela reflete ao tocar as notas musicais.Estamos escrevendo o nosso curto, mas tão significativo ‘era uma vez...’”





SINOPSE:
O amor pode nos levar à mais grandiosa das viagens.
Antes era a música que movia o coração de Alice. Até que conheceu André… Por ele, abdicou de seus sonhos e sua carreira para se tornar a esposa perfeita de um dos maiores publicitários do país. Tudo parecia perfeito, até o instante em que descobriu-se grávida, pois junto com o título de mãe também recebeu uma notícia que destruiu o seu mundo, fazendo-a perder o que acreditava ser certo.
Lutando contra o tempo, com coragem e determinação, Alice fará a mais importante viagem da sua vida, onde realizará os seus maiores sonhos e se encherá de novas lembranças para oferecer ao futuro. Neste momento de autodescoberta, perdão e segundas chances, ela encontrará o seu próprio "País das Maravilhas" … E, quem sabe, uma forma de acalentar o coração.
Com sensibilidade ímpar, S. Miller revela a sua veia romancista em uma narrativa poderosa, tocante e arrebatadora, com uma personagem à procura do sentido da própria existência, antes que seja tarde demais.
O que você faria se o relógio da vida marcasse apenas um tempo: o agora?

11 - Se você pudesse dar um conselho para o seu eu de dez anos atrás, qual seria?

Se eu pudesse voltar no tempo, diria a mim mesma para levar a vida com mais leveza e não me preocupar tanto com o futuro. Que a "bagunça interna" uma hora se ajeita, e a gente acaba descobrindo, ao se olhar no espelho, que o maior amor de todos sempre esteve ali: o próprio. Absorver apenas a opinião das pessoas que te aceitam da forma como você é. Ah... e esses aqui são os números da Mega Sena da Virada do próximo ano. Enjoy it! (risadas)
No entanto, a vida dá seu jeito, né? Antecipar nem sempre é bom: é preciso viver para amadurecer e se surpreender.

12 - Para finalizar: qual o conselho de ouro que você ouviu nesse meio literário e que você acha importante repassar?

A Nana Pauvolih, escritora talentosíssima e amiga querida, me disse algo lá no meu inicinho, que marcou e me impediu de desistir: “Vai ter sempre alguém para te dizer algo negativo ou tentar puxar o tapete. Apenas ignore. Foque na escrita e nosleitores, dê o seu melhor com amor. O que é seu, o universo trará, e isso ninguém vai poder te tirar. Não desista daquilo que você faz bem e sonhou a vida inteira.


Caso queira, pode deixar uma mensagem para os nossos leitores da Revista e para os seus leitores também.

Em primeiro lugar, agradeçoa Andresa Guerra e a Publiquei pelo convite, fiquei honrada. Aos leitores, deixo o meu carinho e gratidão. Nada acontece sem cada um de vocês. Tudo o que conquistei foi porque encontrei pessoas maravilhosas que acreditaram em mim e apostaram no meu sonho. Que o universo retribua esse amor de forma generosa. E continuem me lendo, ainda há muita coisa boa por vir!

Espero por vocês na próxima entrevista. Quem quiser, me conta aí quem vocês querem ver por aqui.




Dresa Guerra é mãe de gatos e apaixonada por sorvete, chocolate e pela série Supernatural. A escritora alcançou grande sucesso na Internet por meio das plataformas Wattpad e Amazon. Desde 2016, a autora vendeu centenas de exemplares.
Dresa Guerra também está envolvida em atividades beneficentes. É professora de Inglês em uma ONG há treze anos, além de ser organizadora da União Literária, projeto que realiza ações em prol da promoção da Literatura Nacional e da transformação social. É organizadora do projeto “Abrace um autor nacional”.
Facebook: https://www.facebook.com/autoradresaguerra/
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2 comentários:

  1. O próximo entrevistado pode ser o escritor Gerson Moreira?

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  2. Uau! Eu não sou um leitor de literatura hot, mas respeito e admiro muito a autora por sua capacidade de quebrar tabus e preconceitos! Sucesso moça!

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