Fotógrafa: Dani Costa Russo
O Núcleo Caboclinhas utilizou dois cordéis da autora independentes, Jarid Arraes, em adaptações para peças teatrais que foram apresentadas no S "A Guerreira do Sertão". Já se apresentaram com ele e com o "A Tribo das Guerreiras". As apresentações mais recentes foram em Bauru, no mês de maio, mas também foram realizadas em Birigui. A escritora demonstrou-se completamente indignada nas redes sociais e deixou claro que não deu nenhuma autorização para que as adaptações fossem feitas e em momento nenhum foi contactada para receber os devidos créditos pela obra - financeira e intelectualmente.
Em sua declaração no Facebook, Jarid disse que não se incomoda em ceder o direito para pequenos grupos artísticos que tenham a intenção de exaltar a literatura nacional, independente e cordelista, com pouquíssimos ou nenhum fim lucrativo, mas que achou uma enorme falta de respeito teatros grandes como o Sesc permitirem as peças sem nem pedirem um documento do autor, demonstrando estar ciente da produção. "Estão lá recebendo pagamento do Sesc e não possuem a dignidade sequer de me comunicar", indignou-se a autora.
De acordo com a assessoria do Sesc, em mensagem oficial para Jarid, as diretrizes da instituição permitem que apenas após as apresentações, os funcionários do local peçam os documentos devidos aos organizadores das ações e apresentações. A autora deixou claro que não era a política mais bem desenvolvida. "E já adianto que NÃO autorizo NADA que envolva minhas obras, meu nome e o Núcleo Caboclinhas. Portanto, o grupo Caboclinhas, segundo o que você me explicou, segundo essa política bizarra de deixar qualquer pessoa se apresentar como quer com a obra de quem quer, NÃO deve receber pagamento algum", anunciou.
O Núcleo Caboclinhas pronunciou-se, explicando que não tinha a menor intenção de desmerecer a autora, mas que realmente não pediu nenhuma autorização para produzir as peças. Comunicou que estava tentando entrar em contato com a escritora, mas que ainda não haviam recebido retorno. "Esperamos, sinceramente, resolver essa situação da melhor forma possível", disseram em comunicado oficial.
Os córdeis
Os textos utilizados para a produção das peças foram "A Guerreira do Sertão" e "A Tribo das Guerreiras", ambos apresentados diversas vezes pelo grupo, divulgados nas redes sociais e inseridos na programação e site oficial do Sesc.

Reprodução/Facebook Jarid Arraes
Jarid Arraes
Esta é uma autora negra e independente, que vem fazendo sucesso com a autenticidade dos seus cordéis e já está sendo aclamada pelo Brasil inteiro. Escritora que luta por diversas causas sociais, como o racismo, a xenofobia e o feminismo, já foi convidada para estar em diversos grandes eventos do país, como FLIP em 2017, e já foi uma das nossas capas na Publiquei Revista. Para mais informações da carreira de Jarid, acesse a página da edição de Novembro de 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário